Segurança do Paciente gera valor: eficiência, cuidado e sustentabilidade 

Categoria: Qualirede

No Dia Mundial da Segurança do Paciente (17/09), é comum lembrarmos dos protocolos básicos como higiene das mãos, identificação correta e uso seguro de medicamentos.  

Entretanto, segurança é muito mais que isso: ela é também estratégia de sustentabilidade. Cada erro evitado, cada reinternação prevenida e cada alta segura significam não apenas vidas preservadas, mas também recursos financeiros que permanecem disponíveis para fortalecer o sistema de saúde. 

Sustentabilidade: quando segurança gera economia 

A assistência hospitalar responde por cerca de 45% das despesas anuais das operadoras. Por isso, quando baseada em um modelo hospitalocêntrico, está associada a longas internações, uso excessivo de tecnologia de alto custo e maior risco de eventos adversos. Para se ter uma ideia, cada evento adverso pode acrescentar R$ 4.460,00 em despesas. 

A boa notícia é que é possível sim mudar essa realidade. O trabalho premiado da Qualirede na SBAM 2023 mostrou que a auditoria do cuidado, ao integrar equipe multiprofissional com médicos, enfermeiros, nutricionistas e assistentes sociais no acompanhamento de pacientes internados, alcançou resultados notáveis: 

  • 344.025 visitas em 129.197 pacientes (2019–2022). 
  • 9.644 eventos adversos evitados no período. 
  • R$ 53,8 milhões em custos evitados em 48 meses, considerando desospitalizações seguras, mudanças de acomodação e prevenção de eventos adversos. 

Este dado traduz o que defendemos: investir em segurança é investir na viabilidade do sistema. 

O cuidado não termina na alta 

A alta hospitalar é apenas o início de uma fase crítica. Pacientes sem acompanhamento estruturado enfrentam maior risco de complicações e reinternações. 

A experiência da Qualirede evidencia a importância de programas de desospitalização segura: 

  • Em média, 4.749 casos/ano de desospitalização foram indicados, sendo que 92% se efetivaram em até 48 horas. 
  • 93% dos casos receberam alta médica segura e 7% seguiram com suporte domiciliar. 

Esse tipo de estratégia, quando expandido para linhas de cuidado em cardiologia (insuficiência cardíaca, pós-infarto) e psiquiatria (prevenção de recaídas), tem potencial de evitar reinternações, melhorar a adesão ao tratamento e otimizar recursos. 

Atenção Primária como elo de transição 

A Atenção Primária à Saúde (APS) é fundamental para consolidar a segurança do paciente após a alta. Ela atua como ponte entre hospital, cuidado domiciliar e acompanhamento ambulatorial, reduzindo a fragmentação. 

Reinternações por doenças crônicas, como insuficiência cardíaca, diabetes e doenças respiratórias, muitas vezes poderiam ser prevenidas com uma APS estruturada.  

É nesse sentido que os custos evitados com a auditoria do cuidado, como demonstrado no estudo da Qualirede, poderiam ser realocados para programas de APS e gestão de crônicos, fortalecendo ainda mais a sustentabilidade. 

Tecnologia como aliada 

A segurança do paciente no século XXI exige tecnologia integrada: 

  • Telemonitoramento domiciliar para sinais vitais e sintomas críticos, antecipando intervenções. 
  • Interoperabilidade de dados entre hospitais, APS e operadoras, garantindo continuidade sem falhas de comunicação. 
  • Ferramentas preditivas e de inteligência artificial, capazes de identificar riscos de eventos adversos e orientar decisões clínicas. 

O estudo da Qualirede já mostra que a atuação digital, com coleta de dados em tempo real por dispositivos móveis, foi essencial para monitorar, notificar e intervir preventivamente em eventos adversos. 

O paciente como protagonista 

Nenhuma estratégia é completa sem o engajamento do paciente. 

Educação para o autocuidado, comunicação clara na alta e suporte remoto são exemplos de práticas que transformam o paciente em coprodutor da própria segurança. 

Isso porque quando o beneficiário entende seu papel, ele aumenta a adesão ao tratamento, reconhece sinais de alerta precocemente e se torna parceiro ativo na prevenção de reinternações. 

Segurança é sustentabilidade: cada evento evitado é valor preservado 

A auditoria do cuidado, como demonstrado pelo trabalho premiado da Qualirede, é um exemplo concreto de como é possível aliar segurança do paciente e sustentabilidade do sistema: foram mais de R$ 53 milhões em custos evitados em quatro anos. 

Mais do que uma data simbólica, devemos entender o Dia Mundial da Segurança do Paciente como um chamado à ação. É hora de transformar cada alta segura, cada monitoramento remoto e cada paciente engajado em uma engrenagem de um sistema de saúde mais seguro, mais sustentável e mais humano. 

Artigo por Rogério Ferreira , Gerente médico da Qualirede 

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