Como a Qualirede demonstrou efetividade com a teleorientação de forma efetiva para assistir adequadamente e garantir o cuidado necessário aos beneficiários durante o período pandêmico. Esse é o tema do artigo escrito por nossos colaboradores e foi um dos apresentados pela Qualirede no Prêmio Unidas de 2022.
Objetivos
O objetivo do presente estudo é demonstrar a efetividade da adoção do telemonitoramento como uma ferramenta efetiva para assistir adequadamente e garantir o cuidado necessário aos beneficiários durante o período pandêmico.
Visando acolhimento e orientações à respeito da COVID-19, com monitoramento do estado de saúde e avaliação da sintomatologia, enfatizando os principais sinais de gravidade, realizando orientações qualificadas e direcionando para a necessidade em buscar o serviço de saúde para atendimento presencial, no caso de agravamento dos sintomas.
Métodos
Utilizou-se o método quantitativo descritivo longitudinal, sob pesquisa participativa.
Perspectiva: Plano de saúde na modalidade autogestão.
Participantes: Do total de 10.618 beneficiários atendidos pela teleorientação, 370 (3%) foram encaminhados para a emergência.
Dos 10.248 beneficiários atendidos que não foram orientados a buscar o serviço de urgência/emergência, visto que a demanda foi sanada durante o teleatendimento, foram extraídos aleatoriamente 241 beneficiários, por método randomizado, representando uma amostra com 95% de confiabilidade e 5% de margem de erro, no período de abril/2020 a abril/2022.
Desfecho principal: Os beneficiários da amostra foram contactados no período de 08/09/2022 a 16/09/2022 e submetidos a um inquérito.
Variável Dependente: caso o beneficiário não tivesse entrado em contato com a Central de Teleorientação Covid, qual seria a sua conduta, dentre as opções: 1. Buscar atendimento em uma emergência; 2. Buscar uma consulta médica eletiva ou 3. Outras condutas.
Análise Estatística: Frequências relativas e absoluta das opções listadas.
Resultados
Dos contatos efetuados, obteve-se: 64,7% pessoas relataram recorrer ao atendimento em uma emergência caso não tivessem acesso ao canal, 23,3% buscariam por uma consulta médica eletiva e 12,0% adotariam outras alternativas.
Ponderando-se o valor R$111,42 adotado pela autogestão a qual estão vinculados estes pacientes, para um atendimento básico de urgência/emergência, obtém-se um custo evitado mínimo de R$738.714,60 reais considerando apenas a amostra deste estudo, de 10.248 atendimentos.
Acrescenta-se a este, considerando a mesma métrica e ponderando o custo de R$ 65,00 para uma consulta médica, o custo evitado mínimo de R$155.220,00 reais para aqueles que relataram buscar consulta eletiva.
Com isso, temos um impacto total com custo evitado mínimo de R$893.934,60 reais, sem considerar naturalmente custos adjacentes decorrentes desses atendimentos, especialmente de urgência, como medicações, taxas, diárias e outros.
Conclusões
Os dados efetivos levantados corroboram a eficiência do telemonitoramento receptivo especializado durante o advento pandêmico, sendo norteador e determinante economicamente.
Além disso, apresentou-se como opção segura, e inovadora para orientações qualificadas a uma população que deixou de sobrecarregar, de maneira desnecessária, serviços de saúde que já estavam colapsados, representando, portanto, uma ação relevante para a sociedade como um todo.
Por fim, trouxe intervenção assertiva e precoce nos quadros mais graves, garantindo orientação adequada e evitando desfechos desfavoráveis.