Todos os anos de estudo e experiência de um profissional da área proporcionam mais chances da aplicação de um tratamento certeiro para o paciente. No entanto, a medicina está longe de ser uma ciência totalmente exata. Por isso, o paciente sempre será uma variável para o profissional de saúde.
Como vários profissionais farão o atendimento para um mesmo paciente, algumas falhas podem acontecer durante este processo. Seria uma relação de causa e consequência completamente natural se considerarmos qualquer outra profissão. Mas na assistência à saúde, por outro lado, essas possíveis falhas podem causar danos irreversíveis.
O panorama dos eventos adversos no Brasil e no mundo
Segundo a OMS, eventos adversos são incidentes não intencionais que resultam em danos decorrentes da assistência e não relacionados à evolução natural da doença de base do paciente. Uma dose maior ou menor de insulina em um paciente diabético, por exemplo, pode causar complicações significativas a ele, podendo inclusive levá-lo à morte. É nesse sentido, que o fato de uma criança contrair uma infecção hospitalar sem que nenhum profissional tenha falhado em algum momento, também é considerado um efeito adverso.
O Instituto Brasileiro de Segurança do Paciente, ainda em 2015, estimou que anualmente 1,7 milhão de pessoas sofrem algum tipo de evento adverso. Entre esses eventos, está a prescrição ou administração de medicamento de forma errada, lesão por pressão, infecção pós-operatória e não conferência da identificação do paciente.
O mais preocupante é que 220 mil pessoas morrem, todos os anos, devido a eventos adversos. Este número é maior que os óbitos causados pelo HIV, por acidentes de carro ou pelo câncer de pulmão ou mama.
O NSP
Apesar da estimativa do IBSP ser relativamente recente, esta realidade não é. É por isso que, desde 2004, a Organização Mundial da Saúde (OMS), prevê ações obrigatórias de segurança do paciente, que resultou, em 2013, no Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) da Anvisa e na criação do Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) pela RDC nº36/2013.
Por meio da obrigatoriedade da existência do NSP, em todas as instituições de assistência à saúde, espera-se que hospitais adotem medidas que coloquem sua equipe num patamar de qualidade estimado em 6 pontos previstos pela OMS e traduzidos pela Anvisa. São eles:
- Identificar corretamente o paciente;
- Melhorar a comunicação entre os profissionais da saúde;
- Melhorar a segurança na prescrição, no uso e na administração de medicamentos;
- Assegurar cirurgias em locais de intervenção, procedimentos e pacientes corretos;
- Higienizar as mãos para evitar infecções;
- Evitar o risco de quedas e úlceras por pressão.
Estas seis medidas foram criadas de acordo com a classificação de Incidentes feitas pela International Classification for Patient Safety (ICPS), e visam que os incidentes que resultam em eventos adversos sejam minimizados ao máximo:
- Com Dano ao Paciente ou Evento Adverso
-
- Leve: Consequência sintomática, mas com dano leve, recuperado em curto prazo
- Moderado: Consequência que acarreta em intervenção médica e no alongamento da internação do paciente, que pode perder funções.
- Grave: Dados ao paciente onde é necessária a intervenção médica para salvar a vida do mesmo, incluindo ou não internação em leito de alta complexidade com danos graves ou irreversíveis.
- Morte: Óbito do paciente decorrente de evento adverso.
-
-
- INCIDENTE:
- Near Miss (falha de processo identificada antes de atingir o paciente)
- Sem Dano (incidente que afeta o paciente, mas não causa danos)
- INCIDENTE:
Processos práticos
Os seis princípios podem ser acompanhados e monitorados por meio de auditorias do cuidado. Ou seja, visitas ao paciente à beira leito.
Isso não significa que os profissionais de saúde dos próprios hospitais não são capacitadas para tanto. Mas, o olhar de uma equipe especializada apenas na segurança do paciente é um grande diferencial quando se busca a adoção de medidas que elevem o padrão de segurança e qualidade do ambiente hospitalar.
É pensando nessa realidade que a Qualirede oferece um pacote de opções que podem trazer mais segurança para milhares de beneficiados por planos de saúde e mais qualidade no atendimento para inúmeros hospitais do Brasil.
Diante deste cenário, surge o campo de trabalho intitulado “Segurança do Paciente”, que é considerada a mais importante dimensão quando se fala em qualidade na assistência à saúde. Por segurança do paciente entende-se tudo aquilo que é estudado e aplicado na prática para que os riscos desses danos desnecessários diminuam até um nível aceitável, ou até mesmo que haja eliminação destes riscos.
Outra forma de garantir a segurança do paciente é manter um monitoramento do mesmo de maneira efetiva e constante. Mais que assegurar que o indivíduo está recebendo atenções técnicas, o acompanhamento intensivo de uma equipe multidisciplinar é essencial para avaliar a possibilidade de alta segura. Quando mais cedo o paciente se recupera, mais cedo poderá sair do hospital, evitando os riscos de infecções hospitalares e outras complicações.
Sendo assim, é importante deixar claro que a finalidade das ações de segurança do paciente, visam a identificação de possíveis falhas para corrigi-las. Isso garante a segurança para o paciente, aprimora a equipe e eleva o patamar do prestador de saúde como referência de qualidade e cuidado.