Desde o início da pandemia de coronavírus, percebeu-se que a evolução clínica de pacientes com alguma doença preexistente, as chamadas doenças crônicas, elevavam o risco de a pessoa apresentar quadro mais grave da Covid-19, aumentando assim os riscos de morte. Doenças respiratórias, diabetes, hipertensão arterial e câncer estavam presentes em maior número em pacientes que precisaram ser entubados e consequentemente vieram a óbito.
Segundo dados da China e Organização Mundial da Saúde (OMS), país em que a doença surgiu, a taxa de mortalidade por coronavírus é até nove vezes maior em pessoas com comorbidades, quando comparadas a quem não possui nenhuma doença crônica.
A continuidade do tratamento
Pessoas com alguma doença preexistente possuem deficiências no organismo e com a Covid-19, esse organismo que já não está em pleno funcionamento, acaba ficando ainda mais debilitado, por isso a chance de agravamento é maior. Para piorar o quadro, devido ao isolamento social imposto pela pandemia, muitos pacientes acabam não realizando a continuidade do tratamento, o que pode gerar muitos outros problemas.
“A pessoa deixa o autocuidado de lado, mudando o foco da preocupação. A maior atenção está em não pegar o coronavírus, pois se veem nessa faixa de risco, tentando se proteger da doença. Assim, acabam adoecendo pelas doenças que possuem, em relação a hipertensão arterial, por exemplo, há casos onde o indivíduo está com a pressão arterial descompensada e com princípios de um AVC, e evita buscar o atendimento médico, pois não querem sair de casa e se expor ao risco. Muitas vezes, procuram a assistência, já com sequelas graves”, ressalta a gerente de Atenção Integral à Saúde da Qualirede, Daniela Parizotto.
A procura tardia por assistência à saúde, acaba gerando a descompensação e a baixa na imunidade, ficando ainda mais difícil de controlar as doenças crônicas. Por isso, é imprescindível que o paciente continue tendo os cuidados habituais já orientados pelo profissional de saúde que está acompanhando ou utilize ferramentas disponíveis atualmente, como por exemplo a telemedicina, para buscar auxílio.
A importância do autocuidado
Um importante suporte para auxiliar esses pacientes no autocuidado é o serviço realizado pela equipe de Atenção Integral à Saúde (AIS) da Qualirede. De acordo com a gerente da área, com a pandemia, foi colocado dentro do telemonitoramento, os protocolos da Covid-19, realizando rastreamento da doença em todos os monitorados. “Além disso, durante a ligação, nosso telemonitor pergunta sobre como está o controle da doença crônica, como essa pessoa está se cuidando dentro de casa, se está praticando exercícios. Dessa forma, o atendente orienta que mesmo com a mudança de rotina, que o paciente continue mantendo hábitos saudáveis”, conta Daniela.
Outra aliada para esse momento é a telemedicina, uma vez que as pessoas não ligam apenas para receber orientações sobre a Covid-19, mas também sobre outras doenças, o que evita a ida até o pronto-socorro, diminuindo consequentemente o risco de contaminação. Inicialmente 90% da procura era por questões relacionadas ao coronavírus, hoje, esse número baixou para 70%. Isso demonstra que os pacientes estão procurando mais o canal preocupados com receitas que precisam renovar e também auxílio quanto às doenças crônicas.
Como os planos de saúde podem ajudar nesse momento
Com mais de 47 milhões de beneficiários em suas carteiras em todo o País, os planos de saúde podem ajudar muito nesse momento de pandemia. Para a gerente da Qualirede, as operadoras devem ter duas frentes: dar suporte a quem está com a doença nos hospitais e também o de prevenção junto aos crônicos e a população saudável da carteira. “Disponibilizar serviços como o de telemedicina e serviços de orientação à população podem auxiliar efetivamente no combate à doença, evitando aglomerações nos serviços de saúde”, avalia Daniela.