Resultado financeiro do setor de planos de saúde no 1º trimestre de 2023
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou no último dia 22 os dados econômico-financeiros relativos ao 1º trimestre de 2023 com base nas informações enviadas pelas operadoras de planos de saúde.
O setor registrou lucro líquido de R$ 968 milhões. Em termos relativos, esse resultado equivale a aproximadamente 1,45% da receita efetiva de operações de saúde, principal negócio do setor, que foi de R$ 66,8 bilhões no 1º trimestre de 2023. Ou seja, para cada R$100,00 de receita efetiva de saúde, o setor teve no período cerca de R$ 1,45 de lucro ou sobra.
Déficit operacional das operadoras médico-hospitalares
Em relação ao resultado operacional, diferença entre as receitas e despesas da operação de saúde, as operadoras médico-hospitalares fecharam o primeiro trimestre de 2023 com déficit de R$ 1,7 bilhões. Isso demonstra que os valores arrecadados com as mensalidades pagas pelos usuários não foram suficientes para garantir lucro. Esse prejuízo operacional foi compensado pelo resultado financeiro recorde de R$ 2,5 bilhões advindo da remuneração das suas aplicações financeiras.
Sinistralidade e seus impactos nas operadoras médico-hospitalares
O principal aspecto que explica o desempenho nas operadoras médico-hospitalares do setor continua sendo a sinistralidade, que fechou o trimestre em 87,2% (cerca de 1,2% p.p. acima daquela apurada no 1º trimestre de 2022). Tal resultado foi fortemente impulsionado por algumas das maiores operadoras do país e ilustra que mais de 87% das receitas advindas das mensalidades são consumidas com as despesas assistenciais, restando assim pouco lastro financeiro para as despesas administrativas e de comercialização. Importante destacar que a sinistralidade observada nos primeiros trimestres de 2018 e 2019 não superava 82%. Os altos patamares pós-Covid podem ser explicados mais em razão da lenta recomposição das receitas dos planos, principalmente das grandes operadoras, do que pela variação das despesas assistenciais pelo aumento da utilização dos serviços de saúde. Sobre este aspecto, cabe ressaltar que neste trimestre foi observada reversão dessa tendência, com a receita subindo mais que a despesa assistencial, ajustados pela inflação.
Desafios e estratégias para a gestão de custos assistenciais
A gestão da sinistralidade é um grande desafio para as operadoras de saúde. A análise dos custos assistenciais é fundamental para as operadoras de planos de saúde que desejam reduzir seus gastos e garantir a sustentabilidade do negócio.
Prevenção e promoção da saúde, gerenciamento de doenças crônicas, negociação com fornecedores de serviços médicos, novos modelos de remuneração baseado em valor, coordenação do cuidado com atendimento multidisciplinar, sistemas de informações integrados são algumas das estratégias para a gestão e redução de custos.
Como a Qualirede apoia planos de saúde
A Qualirede possui diversas soluções para gestão dos custos assistenciais. Para isso conta com um Núcleo de Economia em Saúde que oferece assessoria técnica às operadoras de saúde de modo a reduzir sua sinistralidade, mantendo a eficiência operacional sem comprometer a qualidade dos serviços prestados.
Dentre as atividades desenvolvidas pelo núcleo de economia da Qualirede estão: monitorização dos custos assistenciais, investigação de anomalias identificadas, análise de oportunidades de redução de custos, apoio técnico na gestão de tabelas, elaboração e aprimoramento de diretrizes clínicas e protocolos, avaliação da incorporação de novas tecnologias, estudo para alteração na modalidade de remuneração, elaboração de trabalhos científicos, além de ações integradas com as áreas de AIS (assistência integral à saúde), regulação e rede.
A redução dos custos assistenciais é um desafio complexo e multifacetado que requer uma abordagem sistêmica e integrada. Trabalhamos para oferecer aos nossos clientes uma compreensão detalhada dos principais custos assistenciais, oportunidades de melhoria e auxiliamos na implementação de estratégias efetivas de redução desses gastos, tudo isso garantindo o nosso propósito de levar mais saúde para mais pessoas.
Autor(a): Sandra Rocco
Coordenadora Médica
Núcleo de Economia em Saúde