Contexto
No dia 5 de dezembro, celebra-se o Médico de Família e Comunidade (MFC), data escolhida por marcar a criação da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade. Essa especialidade, muitas vezes confundida com a clínica geral, vai além, com características únicas que fazem dela essencial para a saúde integral do paciente.
O médico(a) da família e comunidade
É comum ouvirmos dos pacientes a pergunta: “Vocês são médicos clínicos?” Costumo responder que somos diferentes, mas trabalhamos em áreas afins, sempre com o objetivo comum de cuidar do paciente. Outra percepção frequente é sermos vistos como os médicos do “postinho”.
Isso ocorre porque o modelo de Atenção Primária foi inicialmente estruturado no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), onde a especialidade teve suas bases, mas, atualmente, também se consolida na Saúde Suplementar, onde estamos inseridos.
A atuação do profissional
A principal função do MFC é oferecer cuidado longitudinal, acompanhando o paciente do início ao fim da vida, incluindo a gestação e todas as fases de desenvolvimento.
Diferente de outras especialidades que se concentram em aspectos específicos do corpo ou doenças, o MFC adota uma visão ampla do processo saúde-doença, considerando o equilíbrio entre bem-estar físico, psicológico, social e espiritual. Esses fatores, interligados, muitas vezes ultrapassam o cuidado exclusivamente médico, demandando uma abordagem multidisciplinar.
Além disso, o MFC atua como coordenador do cuidado dentro das equipes de Atenção Primária à Saúde -APS. Esse papel exige o fortalecimento das interações entre os diferentes profissionais de saúde, promovendo um atendimento integrado e acessível ao paciente.
O local onde essa integração ocorre – o consultório – deve ser um espaço seguro, de escuta ativa, acolhimento e ausência de julgamentos. É ali que se constrói o vínculo que possibilita abordar qualquer questão com o paciente, facilitando seu cuidado.
A singularidade da medicina de família e comunidade
O MFC se diferencia de outras especialidades pela proximidade com o cotidiano do paciente. Essa relação íntima permite conhecer profundamente seus hábitos, realidades e desafios, possibilitando intervenções mais humanizadas.
Ser MFC significa compreender a hora de avançar ou recuar, de comunicar-se de forma clara e na linguagem do paciente, reconhecendo que ele é o protagonista do cuidado. O médico é apenas um instrumento para promover saúde e bem-estar.
Celebração e reconhecimento
Celebrar o Dia do Médico de Família e Comunidade é reconhecer aqueles que estão presentes no dia a dia das pessoas, oferecendo cuidado integral e atenção centrada em cada pessoa.
É celebrar o profissional que atua além da medicina técnica, tocando em aspectos sensíveis da vida dos pacientes e promovendo saúde de forma acessível, humana e integrada.
A Medicina de Família e Comunidade é, em essência, a celebração da vida em todas as suas fases e complexidades, com respeito, empatia e acolhimento.
A Qualirede valoriza o profissional médico da família e de comunidade e parabeniza pela data tão importante !!
Artigo por Carlos Medeiros – Médico de Família e Comunidade