Autora: Sandra Rocco

Com o objetivo de conscientizar as autoridades sanitárias, gestores de hospitais e trabalhadores do setor da saúde sobre a importância do controle das infecções hospitalares, a Lei n.º 11.723/2.008 instituiu o dia 15/05 como Dia Nacional do Controle das Infecções Hospitalares. Nesta data, os serviços de saúde, em especial os hospitais, devem desenvolver campanhas de comunicação social e ações educativas a fim de aumentar a consciência pública sobre o problema representado pelas infecções hospitalares e a necessidade de sua prevenção e de seu controle.

Conceito

Também chamada de IRAS – infecções relacionadas à assistência à saúde, a infecção hospitalar é a infecção adquirida após a admissão do paciente na unidade hospitalar e pode se manifestar durante a internação ou após a alta. É considerado um evento adverso e pode causar danos significativos aos pacientes, aumentando o tempo de internação, o custo do tratamento e até mesmo o risco de morte.

As infecções hospitalares podem ser causadas por uma série de fatores, incluindo a falta de higiene adequada, o uso excessivo de antibióticos e a falta de treinamento apropriado dos profissionais de saúde.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 10% dos pacientes em todo o mundo, adquirem algum tipo de infecção durante sua estadia em hospitais. A OMS considera a prevenção e controle das infecções hospitalares uma prioridade global e recomenda a implementação de práticas e protocolos eficazes para reduzir a incidência dessas infecções e garantir a segurança dos pacientes.

Entre as medidas de prevenção e controle destacam-se a higienização das mãos e o gerenciamento do uso de antimicrobianos. O uso indiscriminado de antibióticos está diretamente relacionado ao aumento dos índices de infecção hospitalar. Isso ocorre porque seu uso excessivo ou de forma inadequada pode levar ao desenvolvimento de bactérias resistentes de difícil tratamento, gerando uma série de consequências diretas e indiretas como, por exemplo, o prolongamento da doença, a permanência prolongada no ambiente hospitalar e o aumento da taxa de mortalidade.

A Qualirede

A Qualirede, sempre preocupada com o melhor desfecho em saúde para os seus beneficiários, implementou um projeto de monitoramento em tempo real da utilização de antimicrobianos, sendo este trabalho realizado conjuntamente pela auditoria do cuidado e auditoria prévia. Adicionalmente, realizamos um trabalho de sensibilização dos prestadores quanto à importância da política de Antibiotic Steawardship (ou gestão de antimicrobianos, em português). Essa política envolve a implementação de práticas de prescrição responsáveis, que incluem a escolha do antimicrobiano mais adequado para o tipo de infecção, bem como a duração do seu uso. 

A infecção hospitalar é uma questão que impacta todos os envolvidos no sistema de saúde, sejam prestadores, operadoras e pacientes. Os prestadores, por suportarem as despesas com desinfecção e a menor rotatividade de leitos decorrentes das internações prolongadas; as operadoras de saúde, pelo aumento dos custos com o tratamento das infecções hospitalares; porém, o maior prejuízo recai sobre os pacientes, que enfrentam danos físicos inestimáveis e muitas vezes fatais. 

Portanto, é fundamental o comprometimento e o esforço contínuo de todos os envolvidos no cuidado da saúde por meio de programas de prevenção e de controle de infecções, para garantir a qualidade da atenção e a segurança dos pacientes. O aumento do investimento nessa área já demonstrou a melhoria dos desfechos em saúde, a redução dos custos da assistência médica e, sobretudo, resultam em retorno mais rápido dos pacientes às suas atividades, menor custo social, menor proporção de incapacidades e melhor qualidade de vida.

Conteúdo gratuito

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Fontes:

Biblioteca Virtual em Saúde – Ministério da Saúde 

OPAS – Organização Panamericana da Saúde/ OMS 

Proqualis – Fiocruz 

ANAHP – Associação Nacional de Hospitais Privados – Observatório 2023