Vivemos em um cenário de desafios significativos no setor de saúde, tanto público quanto privado. Dados recentes divulgados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) evidenciam a crescente demanda por serviços de saúde, com um aumento considerável no número de usuários em planos de assistência médica.
A situação exige uma reflexão profunda sobre a sustentabilidade na saúde, especialmente diante de um contexto caracterizado por inflação alta, ampliação do rol de procedimentos, incorporação de tratamentos de alto custo e envelhecimento da população.
O que é sustentabilidade na saúde?
A sustentabilidade na saúde se refere ao equilíbrio econômico que as operadoras de saúde, sejam públicas ou privadas, devem buscar entre seus aspectos financeiros e a oferta de uma assistência de qualidade aos beneficiários. Em um momento em que os custos dos serviços de saúde estão aumentando e as demandas são cada vez mais complexas, manter esse equilíbrio pode ser uma tarefa desafiadora.
Os desafios atuais e necessidade de estratégias sustentáveis
O cenário atual do setor de saúde apresenta diversos desafios que impactam diretamente na sua sustentabilidade. Entre os principais, podemos citar a inflação alta, a flexibilização do rol de procedimentos, a incorporação de tratamentos de alto custo, o envelhecimento da população e a consequente elevação na sinistralidade são fatores que culminam em um cenário complexo e que exige respostas inovadoras.
Estratégias para garantir a sustentabilidade na saúde
Apesar de desafiador, há algumas estratégias que se implementadas, podem garantir a sobrevivência dos sistemas de saúde suplementar e das autogestões em tempos desafiadores:
1 – Sistema de Coordenação de Cuidados: A implantação de Clínicas de Atenção Primária à Saúde (APS) é uma estratégia eficaz para a promoção da coordenação de cuidados. Sendo uma forma de entrada obrigatória em um modelo de gestão integrado, permite um acompanhamento mais próximo e eficiente dos pacientes, evitando a busca por serviços de forma incorreta reduzindo custos.
2 – Mudança no Modelo de Pagamento: Ao invés de pagar por procedimentos realizados, considerar a adoção de um valor limitado por beneficiário pode ser benéfico. Esse modelo limita as despesas, independente da frequência de utilização dos serviços, incentivando uma abordagem mais preventiva.
3 – Gestão do Paciente Internado: Muito além da auditoria, a gestão do paciente internado envolve um cuidado mais próximo e personalizado durante todo o período de internação. Isso não apenas otimiza o tratamento, mas também reduz os riscos de erros médicos, eventos adversos e complicações.
4 – Alta Segura: O caminho passa pela promoção do cuidado humanizado iniciado na beira do leito até o pós alta, estímulo e orientações voltados para a continuidade do cuidado, envolvendo tanto o paciente quanto sua rede de apoio. Além disso, os cuidados paliativos realizados em clínicas e não hospitais também são uma estratégia. Essas ações oportunizam uma assistência contínua e humanizada, gerando mais sustentabilidade.
5 – Monitoramento e Comunicação com Beneficiários: Estabelecer um canal de comunicação direto entre os beneficiários e a equipe de atenção primária pode prevenir a busca por serviços inadequados e desafogar o sistema, uma vez que quando informados sobre seus direitos e responsabilidades, farão uso dos serviços de forma mais consciente. Isso tudo porque os pacientes estarão inseridos em um modelo de gestão mais integrado.
6- Recursos bem gerenciados: Quando falamos de sustentabilidade em planos de saúde, significa usar recursos como dinheiro, tempo e tecnologia de forma eficiente. Isso resulta em melhores serviços para os pacientes e estabilidade a longo prazo.
7-Prevenção e promoção da saúde: Investir em programas de prevenção e promoção da saúde reduz gastos com tratamentos caros a longo prazo. Consultas regulares, hábitos saudáveis e campanhas de conscientização são chaves para a sustentabilidade.
8- Uso de tecnologia: A tecnologia pode otimizar processos, agilizar atendimentos e reduzir custos administrativos. Agendamento online, prontuários eletrônicos e telemedicina são alguns exemplos que promovem a sustentabilidade.
Conclusão
Resumidamente, a sustentabilidade na saúde é um desafio que demanda ações concretas e inovadoras. Repensar os modelos de assistência, adotar estratégias de coordenação de cuidados, repensar os modelos de pagamento e promover uma comunicação direta com os beneficiários são passos fundamentais para alcançar o equilíbrio entre as demandas financeiras e a qualidade da assistência.
Somente por meio da união de esforços entre os diversos atores do setor e a implementação consistente dessas estratégias será possível enfrentar os desafios que o cenário atual impõe e assegurar um sistema de saúde sustentável para as gerações futuras.
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Autor:
Gizelli Nader
Diretora de estratégias e operações
Fonte: Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). “Junho: setor registra 50,8 milhões de beneficiários em planos de assistência médica.” Disponível em: https://www.gov.br/ans/pt-br/assuntos/noticias/numeros-do-setor/junho-setor-registra-50-8-milhoes-de-beneficiarios-em-planos-de-assistencia-medica. Acesso em: 18 de agosto de 2023.