Análise do cenário da saúde suplementar da Anahp 

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Categoria: Notícias; Segunda opinião

Análise do balanço observatório da Anahp: Cenário da saúde suplementar no Brasil em 2024

Em sua 2ª edição de junho de 2024, o Balanço Observatório da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) apresenta uma análise detalhada do cenário financeiro e operacional da saúde suplementar no Brasil.  

O documento destaca a crise setorial enfrentada em 2024, com impactos sobre os beneficiários e gestores do setor. Os dados econômico-financeiros e operacionais são baseados em informações dos associados da Anahp e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), complementados pela consultoria Arquitetos da Saúde, e oferecem uma base sólida para gestores, profissionais de saúde e beneficiários avaliarem o presente e planejarem o futuro. 

Diante disso, compartilho minhas percepções e insights, que podem ser úteis aos demais colegas e gestores de saúde: 

Recuperação financeira 

Apesar dos desafios impostos pela crise, as operadoras de planos de saúde demonstram sinais de recuperação financeira. A sinistralidade, que representa o total de despesas com saúde em relação às receitas, está retomando níveis pré-pandêmicos, refletindo uma melhora no equilíbrio econômico. 

Reajustes de planos 

Os reajustes dos planos coletivos empresariais foram significativos, superando a marca de 18,73% em 2024. Em contraste, os planos individuais tiveram um teto de reajuste menor, fixado em 6,91%, evidenciando a disparidade nas políticas de reajuste entre os diferentes tipos de planos. 

Coparticipação e reajustes 

Há uma correlação notável entre a coparticipação dos beneficiários e os reajustes aplicados. Estados com maior proporção de beneficiários em produtos com coparticipação tendem a experimentar reajustes abaixo da média, sugerindo que a coparticipação pode ser uma ferramenta para controlar aumentos de custos. 

Investimento em prevenção 

O investimento em programas de prevenção pelas operadoras permanece extremamente baixo, não alcançando nem 0,3% das receitas do mercado. Esse dado aponta para uma oportunidade de melhoria significativa na promoção da saúde e prevenção de doenças. 

Estabilidade de beneficiários 

O número de beneficiários na saúde suplementar está estagnado, retornando aos níveis de 2014. Esse cenário demonstra a dificuldade do setor em expandir sua base de clientes, mantendo-se sem avanços significativos no número total de beneficiários no Brasil. 

Rotatividade de beneficiários 

A taxa de rotatividade de beneficiários é alta, superior a 30% nos planos coletivos empresariais. No entanto, as motivações por trás dessas mudanças ainda não estão claras, necessitando de uma análise mais profunda para compreender os fatores que levam a essa alta rotatividade. 

Planos nacionais em queda 

Os planos de saúde com abrangência nacional estão perdendo espaço no mercado, enquanto os planos com abrangência restrita a grupos de municípios têm ganhado terreno. Essa tendência pode estar relacionada a questões de custo e acessibilidade. 

Preferência por planos completos 

Apesar das estratégias de contenção de custos, há uma clara preferência por planos de saúde completos, que garantem cobertura ambulatorial e hospitalar. Esse comportamento do consumidor indica a importância de uma cobertura abrangente na percepção de valor dos planos de saúde. 

Reajustes e glosas 

Os reajustes concedidos aos hospitais não acompanham os obtidos pelas operadoras de saúde, e as médias de glosa inicial e prazos de pagamento permanecem altos. Esse descompasso causa problemas de fluxo de caixa para os hospitais, afetando sua operação e sustentabilidade. 

Despesas e receitas 

O custo de pessoal continua sendo a maior despesa para os hospitais, enquanto outras receitas operacionais têm aumentado sua participação. Essa dinâmica revela mudanças na estrutura de custos e receitas dos hospitais, exigindo uma gestão financeira eficaz. 

Fonte de receitas 

As receitas provenientes de convênios estão perdendo participação, enquanto as provenientes do Sistema Único de Saúde (SUS) aumentam. Essa alteração no mix de receitas pode ter implicações significativas para a sustentabilidade financeira dos hospitais. 

Indicadores operacionais 

A taxa de ocupação hospitalar atingiu seu melhor nível em quatro anos, enquanto a média de permanência dos pacientes caiu. A maior taxa de ocupação foi observada nas unidades de tratamento semi-intensivo, indicando uma demanda crescente por esses serviços. 

Margem EBITDA 

A margem EBITDA dos hospitais está se aproximando dos patamares pré-pandemia, indicando uma recuperação financeira do setor hospitalar. Esse indicador é crucial para avaliar a saúde financeira das instituições e sua capacidade de investimento. 

Conclusão

Com a leitura do relatório, podemos perceber que há uma necessidade das operadoras de saúde investirem na promoção da saúde e na prevenção de doenças.

A adoção desses programas, assim como um modelo de cuidado integral não só melhora a qualidade de vida dos beneficiários, mas também contribui para a redução de custos no longo prazo. A promoção da saúde e a prevenção de doenças são estratégias assertivas que podem ser incorporadas pelas operadoras para garantir um sistema de saúde mais sustentável e eficaz.

A Qualirede se dedica a apoiar os planos de saúde oferecendo soluções para melhorar a assistência, reduzir custos e assegurar que cada pessoa seja colocada no centro do cuidado.

Assim, juntos, podemos construir um sistema de saúde mais eficiente e humanizado. Para uma análise completa e detalhada do Balanço Observatório da Anahp e um entendimento dos dados apresentados, convido aos leitores a acessar a publicação diretamente no site da Anahp.

Para uma análise completa e detalhada do Balanço Observatório da Anahp e um entendimento dos dados apresentados, convido aos leitores a acessar a publicação diretamente no site da Anahp. 

Acesse aqui o Balanço Observatório da Anahp 

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Artigo por Gizelli Nader, diretora de estratégias e operações da Qualirede. 

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