O dia na história e a criação da lei:
No dia 15 de maio de 1847, o médico obstetra Ignaz P. Semmelweis incorporou a prática da higienização das mãos como atitude obrigatória para enfermeiros e médicos nos hospitais de Viena. A medida resultou na redução da taxa de mortalidade nas maternidades na ocasião.
Por tratar-se de uma data relevante para a saúde pública, a Lei 11.723, de 23 de junho de 2008, instituiu o dia 15 de maio como o Dia Nacional do Controle das Infecções Hospitalares. De acordo com a lei, esse dia deve ser comemorado para conscientizar autoridades, gestores e trabalhadores de saúde sobre a importância do controle das infecções relacionadas à assistência à saúde.
O problema:
As infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) são um dos eventos adversos mais frequentes associados à assistência à saúde e um grave problema de saúde pública, pois aumentam a morbidade, a mortalidade e os custos assistenciais, além de afetar de forma negativa a segurança do paciente e a qualidade dos serviços de saúde.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), no Brasil, 14% dos pacientes internados em hospitais morrem devido a infecções relacionadas à assistência à saúde. Do ponto de vista da análise de custos assistenciais, o paciente que desenvolve IRAS apresenta um custo 55% maior do que o paciente que não apresenta o evento adverso.
Portanto, a IRAS é um evento de grande impacto negativo, principalmente relacionado a aumento do custo da assistência, tempo de internação e, principalmente, mortalidade.
A pandemia causada pelo novo coronavírus iniciada em 2020 trouxe um cenário ainda mais desafiador para as instituições de saúde e foram necessárias novas ações para evitar a IRAS relacionadas também ao novo vírus circulante.
Quais são os pacientes mais vulneráveis?
Pacientes pediátricos, idosos, portadores de doenças que comprometem a imunidade, pacientes submetidos a procedimentos invasivos, como cirurgias ou uso de dispositivos como sondas e cateteres são indivíduos mais susceptíveis a complicações como as infecções relacionadas à assistência à saúde.
Prevenir é a melhor solução:
Existem regulamentações que definem os cuidados necessários para a prevenção de infecções hospitalares e a Vigilância Sanitária cumpre o papel de fiscalizar e garantir o cumprimento das ações pelas instituições de saúde.
Desde 1999, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é o órgão responsável pelas ações nacionais de prevenção e controle de IRAS. A partir de então, a Anvisa, atendendo ao preconizado pela OMS, vem desenvolvendo diversas ações estratégicas no âmbito nacional com vistas à redução do risco de aquisição das IRAS. Nesse sentido, a Agência publicou em 2013 a primeira versão do Programa Nacional de Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde. Atualmente, a publicação possui vigência até 2025 e apresenta definição de objetivos, metas e ações estratégicas para corrigir as não conformidades identificadas e buscar a melhoria contínua de todos os processos executados em nível nacional.
Cumpre ressaltar que a análise dos dados e indicadores do ano de 2019 já demonstrou um avanço nacional expressivo na prevenção e no controle dessas infecções, refletido na redução das taxas nacionais das IRAS nas unidades de terapia intensiva (UTI) adulto, pediátrica e neonatal nos serviços de saúde.
Dentre as ações de prevenção, a higienização das mãos é a forma mais eficaz e econômica contra as infecções hospitalares. Segundo a OMS, se a medida fosse adotada corretamente, os casos de infecção diminuiriam em 70%. É importante que os profissionais de saúde e visitantes tenham o cuidado de higienizar as mãos antes e após o contato com o paciente internado para não veicularem a transmissão de agentes infecciosos para pacientes. A higienização pode ser por meio da lavagem das mãos com água e sabão ou por meio de fricção com álcool 70%. O uso de antibioticoterapia de maneira racional também contribui para evitar microrganismos resistentes e o agravamento das IRAS.
Durante a pandemia, novas ações como o uso de máscaras, medidas de isolamento respiratório, intensificação da limpeza de superfícies e higienização dos ambientes foram necessárias e evitaram a disseminação do novo vírus nas unidades de saúde.
A Qualirede e a prevenção de infecções hospitalares:
A Qualirede é uma empresa especializada em soluções em saúde para o setor público com foco em reduzir o desperdício para governos, entidades públicas e atualmente disponibiliza essas soluções para mais de 700 mil vidas. Os profissionais da Qualirede já realizaram mais de 250 mil visitas a pacientes internados com foco na segurança do paciente e qualidade do atendimento.
Atualmente, disponibilizamos aos nossos clientes o serviço de auditoria do cuidado e atuamos em contato direto com as equipes assistenciais com objetivo de otimizar a jornada do paciente, evitar eventos adversos como as IRAS e incentivar o uso racional de antibióticos. Os familiares e pacientes são acolhidos durante as visitas e são orientados em relação à higienização adequada das mãos para evitar a disseminação de doenças infecciosas.
Durante o pior cenário da pandemia, os nossos colaboradores mantiveram a interação com as equipes assistentes e acolhimento aos familiares através de visitas remotas aos pacientes internados, possibilitando o acompanhamento seguro da jornada do paciente internado.
Ainda durante a pandemia, a Qualirede disponibilizou aos colaboradores equipamentos de proteção individual como máscaras, álcool em gel, materiais de limpeza para higienização das estações de trabalho, dando condições seguras para a execução dos trabalhos realizados.
Os eventos adversos como as infecções hospitalares são sinalizados aos serviços de saúde e são oportunizados momentos para a discussão técnica dos casos e implementação de medidas para que novos eventos ocorram. Os nossos clientes recebem os indicadores dos eventos adversos com estratificação por prestador e tipo de evento como ferramentas que podem auxiliar na gestão e tomada de decisões estratégicas.
Na data de hoje, a Qualirede reforça as ações de prevenção à infecção relacionada à assistência à saúde e parabeniza todos os profissionais dedicados a proteger a saúde dos pacientes e levar mais saúde a mais pessoas.
Rogério Ferreira da Silva – Gerente médico Qualirede