A promoção da saúde mental na saúde suplementar  

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Categoria: Gestão de pacientes; Gestão em Saúde

Um guia executivo para gestores

A saúde mental, frequentemente subestimada, tem impacto direto não apenas na qualidade de vida dos indivíduos, mas também na sustentabilidade financeira dos sistemas de saúde. A vida moderna, caracterizada por pressões constantes e excesso de informações, tem agravado transtornos mentais como depressão e ansiedade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a prevalência de depressão e ansiedade cresceu mais de 25% no primeiro ano da pandemia de Covid-19. Dados do Ministério da Saúde apontam que até 15,5% dos brasileiros enfrentarão a depressão ao longo da vida. 

No contexto da saúde suplementar, esses desafios tornam-se ainda mais evidentes. O Mapa Assistencial da Saúde Suplementar de 2023 registrou 294.594 internações psiquiátricas (3,21% do total de internações) e mais de 45 milhões de sessões de psicoterapia. Esses números reforçam a necessidade de estratégias mais eficazes para promover a saúde mental dos beneficiários e reduzir os custos assistenciais. 

Impacto econômico da saúde mental na saúde suplementar 

Dados recentes destacam a crescente demanda por serviços de saúde mental na saúde suplementar: 

  • O número de consultas psicológicas aumentou 60,8% entre 2019 e 2022. 
  • Internações psiquiátricas passaram de 211,9 mil em 2019 para 267 mil em 2022. 

Esses números evidenciam o impacto financeiro dos transtornos mentais, tornando essencial que gestores de saúde invistam em estratégias preventivas e integradas para reduzir custos e melhorar a qualidade de vida dos beneficiários. 

A Atenção Primária à Saúde como estratégia de cuidado integral e redução de custos 

A atenção primária à saúde (APS) apresenta uma posição estratégica privilegiada para oferecer iniciativas de promoção da saúde mental. Ao focar na prevenção, no diagnóstico precoce e no tratamento integrado, a APS pode gerar resultados positivos tanto para os beneficiários quanto para as operadoras de saúde: 

  1. Redução de internações psiquiátricas: Estudos apontam que o acompanhamento regular reduz a necessidade de hospitalizações, que são um dos maiores custos no tratamento de transtornos mentais. 
  1. Integração multidisciplinar: A colaboração entre psicólogos, psiquiatras e médicos generalistas promove uma abordagem mais completa e eficaz. 
  1. Diagnóstico precoce: Consultas regulares permitem identificar sinais iniciais de transtornos mentais, aumentando as chances de intervenções menos invasivas e mais eficazes. 

A Qualirede, empresa especializada em gestão de planos de saúde, tem se destacado ao oferecer clínicas de APS certificadas pela A4 Quality HealthCare, proporcionando atendimento integral e multidisciplinar. A ênfase na prevenção, incluindo o cuidado com transtornos mentais, tem garantido resultados expressivos na qualidade de vida dos beneficiários e na eficiência do sistema de saúde. 

Alta segura em saúde mental: Acolhimento humanizado e redução de eventos 

A alta hospitalar de pacientes psiquiátricos é um momento crítico que requer planejamento e continuidade de cuidado para evitar recaídas e re-hospitalizações. A implementação de estratégias de alta segura tem demonstrado impacto significativo na qualidade do cuidado e na redução de custos. 

Um exemplo bem-sucedido é o projeto de acompanhamento longitudinal da Qualirede, que utiliza telemonitoramento para pacientes que receberam alta de internações psiquiátricas. Os resultados incluem: 

  • Redução de 12% nas internações em hospital-dia
  • Redução de 18% no número de consultas
  • Redução de 9% nos atendimentos de emergência

Neste projeto, os pacientes egressos das instituições hospitalares foram acompanhados periodicamente através de teleatendimento por profissionais de saúde, fornecendo orientações qualificadas e personalizadas, fomentando autocuidado, uso correto dos medicamentos, tendo como desfecho principal, a associação entre o telemonitoramento e a utilização dos serviços de saúde mental após 3 e 6 meses de acompanhamento 

Além de monitorar a evolução clínica dos pacientes, o projeto oferece suporte emocional e garante adesão aos tratamentos prescritos, criando um ciclo de cuidado eficiente e centrado no paciente. 

Ações práticas para operadoras de saúde 

Os gestores de operadoras podem adotar estratégias para aproveitar o Janeiro Branco como um momento de reflexão e inovação em saúde mental: 

  1. Campanhas de sensibilização: Promover o diálogo sobre saúde mental, reduzindo o estigma associado aos transtornos mentais. 
  1. Investimento em atendimento multidisciplinar digital: Facilitar o acesso a sessões online, ampliando a cobertura e reduzindo barreiras geográficas. 
  1. Alta segura: Estruturar programas de acompanhamento pós-alta, como telemonitoramento e consultas de follow-up, para garantir a continuidade do cuidado. 
  1. Monitoramento de indicadores: Utilizar a tecnologia para acompanhar a adesão ao tratamento, prevenindo recaídas e complicações. 

Transformando desafios em oportunidades  

O Janeiro Branco é uma oportunidade para as operadoras de saúde ampliarem sua atuação na promoção da saúde mental. Além de melhorar a qualidade de vida dos beneficiários, as iniciativas de prevenção e cuidado integrado podem reduzir significativamente os custos assistenciais, contribuindo para um sistema de saúde mais sustentável e humano.  

A experiência da Qualirede demonstra que a inovação no cuidado à saúde mental é um caminho viável e eficaz para transformar a gestão de saúde mental na saúde suplementar. Ao investir em soluções estratégicas e inovadoras, as operadoras podem não apenas melhorar a experiência dos beneficiários, mas também garantir um futuro mais equilibrado e financeiramente sustentável para o sistema de saúde.  

Artigo por Rogério Ferreira, Head de regulação da Qualirede. 

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